segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Quero-te

Hoje deixo-me levar,
embalado pelo frio
rigoroso,
penetrante.
Entranha-se-me pelos ossos,
como tu te entranhas
no meu pensamento.
Hoje senti algo estranho,
inesquecível,
medonho,
mas indescritível.
Senti o toque
do teu beijo
que veio a reboque
com aquele desejo
profundo
e infindável.
Todo eu vibro
quando me sorris,
não preciso de mais,
não quero mais.
Quero-te a ti
como tu me queres a mim.
Quero simplesmente porque te quero,
porque sinto.
Que aperto,
eu aqui
e tu
em lugar incerto.
Sussurras-me ao ouvido
palavras doces
e intimidatórias,
suaves,
belas,
que me enaltecem
e me deixam louco,
que me consomem aos poucos.
Que desejo tão destemido,
belo e singelo,
livre e fácil de sentir.
Bate forte,
dá alento,
magoa.
A liberdade com que aqui escrevo
é aquela com que me imagino
aqui contigo,
sentada a meu lado
afagando-me o cabelo
com movimentos circulares
deixando-me insaciável
à tua identidade.
Encostas depois tua cabeça
no meu ombro,
contas teus segredos,
tuas loucuras,
todos os teus medos
e adormeces sem receios.
Quero-te hoje,
amanhã,
quero-te de todos os meios.
Sentir sem sentido
não é sentir,
mas sim não omitir
o sentimento
puro e verdadeiro.

domingo, 25 de outubro de 2009

(...)

Hoje levantei de manhã, em Horário bem vespertino, tão cedo que era noite, nem o sol raiava. Levantei como quem se levanta depois de dormir uma noite bem dormida. Apesar de curta teve a sua longevidade, a sua vida. Senti aquele sentimento previamente previsto de que dia iria correr rápido, mas com a ansiedade que fosse lento e o tempo parasse ao ponto de voltar atrás. Este tempo que me limita o tempo de pensar, sim eu penso que aquilo que escrevo sem pensar foi pensado e que aquela noite, esta, a de ontem em que dormi bem, dormindo, cultivando os meus sonhos. Vou então continuar, continuando com estes sonhos que mais pareciam pesadelos tornados virtualmente reais. A estrela maior lá se levantou timidamente ainda com o seu pijama com raios pouco flamejantes e tímidos. Que vergonha vergonhosa ao se apresentar naquele estado não estático movendo-se para que não vejam naqueles preparos com antecedentes nocturnos. Uma noite de diversão, quem sabe ate divertida. Apresentou-se com um estado de sonolência e quando viu que estava a ser observada, desmistificou o segredo quase secreto de que andara a tentar apanhar a lua. Aluado ou não lá brilhou de forma tão brilhante que parecia ouro dourado. Agora que já é noite, já nem brilham esses teus raios brilhantes, agora a escuridão ofusca todos os demais. Lá caminhas tu, caminhando por mais uma noite atrás da Lua. Enganas-te ela não é só tua.



Um texto meio louco da minha autoria.

sábado, 23 de maio de 2009

Leite & Mel



Não há motivos apenas por haver,
não porque eles não existam.
Apenas temos de saber
porque persistem.
Há também razões,
razões,
apenas razões
que nos alegram,
que nos fazem assim,
não matam,
mas devoram.
Apenas meras razões,
claras ou obscuras.
Leite e Mel,
assim sou eu,
assim não és tu.
Ninguém pertence a ninguém,
mas fazes parte de mim,
tal como faço parte de ti.
Divergências,
consequências,
pura distância.
Nada mais que um pensamento,
mais que uma vida,
um olhar.
Deixas tanto em mim,
cada milímetro de pele,
um pedaço de ti.
Leite e Mel.
Tudo na vida
tem um contraste,
tudo tão real,
tão belo,
como tu,
só tu
que te olhas ao espelho,
que te admiras,
tal como eu também admiro.
Vindo de ti,
permanecendo em mim.
Vivendo instantaneamente esta vida,
tão constante,
mas nada semelhante,
mas muito igual.
Encontras-te entre o céu
e a terra
muito longe de mim
pertinho do coração.
Leite e Mel,
afirmas em tons
afirmativos que não.
Assumes que sim,
Leite e Mel não,
mas que gostas de mim.
Eu pertenço a ti, tu pertences-me a mim.
Não vale de nada esconderes-te,
encontrar-te-ei sempre...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

...

Sabes como me sinto,
triste por não te ver,
embebedo-me com absinto,
para de ti me esquecer.
Em vários momentos
sento-me a olhar para a porta
à espera que apareças
com o teu pijama de flanela
ligeiramente aberto
e deixo-me vaguear pelos pensamentos.
Anseio por um beijo,
um abraço.
Meu porto de abrigo,
minha vida,
quero estar contigo
dá-me guarida.
Um sorriso,
uma lágrima,
um olhar tímido,
mas tão sincero.
Dá-me um pouco de ti.
que terás sempre um pouco de mim.
Entrega-te,
faz-me renascer,
crescer,
e sentir,
Diz-me,
mas agora sem mentir.
Que pensas de mim?
Odeias-me?!
Sou te indiferente
ou simplesmente um estranho?
Coração que ama
não mente.
Surpreende-me com a simplicidade
desse teu ser
e eu me deleito.
Se te tornares minha,
serei eternamente teu.
Continuo a imaginar tudo tão perfeito
no que diz respeito à vida.
Ao passado,
ao presente,
pensando num futuro
que não quero ausente!
Espero um sussurro
seu no meu ouvido dizendo
o quanto me quer!
Um amigo
é um amante
sempre presente.


Alterado em 01-04-2015

By: Ricardo Farinha