segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Quero-te

Hoje deixo-me levar,
embalado pelo frio
rigoroso,
penetrante.
Entranha-se-me pelos ossos,
como tu te entranhas
no meu pensamento.
Hoje senti algo estranho,
inesquecível,
medonho,
mas indescritível.
Senti o toque
do teu beijo
que veio a reboque
com aquele desejo
profundo
e infindável.
Todo eu vibro
quando me sorris,
não preciso de mais,
não quero mais.
Quero-te a ti
como tu me queres a mim.
Quero simplesmente porque te quero,
porque sinto.
Que aperto,
eu aqui
e tu
em lugar incerto.
Sussurras-me ao ouvido
palavras doces
e intimidatórias,
suaves,
belas,
que me enaltecem
e me deixam louco,
que me consomem aos poucos.
Que desejo tão destemido,
belo e singelo,
livre e fácil de sentir.
Bate forte,
dá alento,
magoa.
A liberdade com que aqui escrevo
é aquela com que me imagino
aqui contigo,
sentada a meu lado
afagando-me o cabelo
com movimentos circulares
deixando-me insaciável
à tua identidade.
Encostas depois tua cabeça
no meu ombro,
contas teus segredos,
tuas loucuras,
todos os teus medos
e adormeces sem receios.
Quero-te hoje,
amanhã,
quero-te de todos os meios.
Sentir sem sentido
não é sentir,
mas sim não omitir
o sentimento
puro e verdadeiro.

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